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Economia de tempo e de dinheiro são algumas das vantagens apontadas por Magali Medeiros que ajudaram na sua decisão de alugar o apartamento |
De maneira geral, comprar ou alugar um imóvel não é fácil. Para quem opta pelos mobiliados, a tarefa exige um pouco mais de cuidado, principalmente quando se trata de locação. Mas fazendo a escolha certa, estudantes e profissionais que se mudam constantemente podem se beneficiar com o aluguel ou compra desse tipo de imóvel.
O diretor-secretário do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-Minas), Vinícius Araújo, diz que o mais comum é que executivos e profissionais que precisem se transferir de cidade recorram a essa alternativa, seja para compra ou aluguel. “No último caso, são procurados imóveis como flats, por exemplo.”
Jovens solteiros, casais novos e estudantes fazer parte do outro tipo de público que busca esse tipo de oferta, conforme observa Vinícius. São pessoas que não têm ou não querem investir um valor alto com mobília. “O preço do aluguel fica mais caro, mas acaba diluído ao longo do contrato, o que facilita para esse público”, diz.
Vice-presidente das administradoras de imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Reinaldo Branco observa que, quem normalmente procura apartamentos mobiliados são pessoas que têm uma permanência menor de tempo naquele local. “Seja pelo fato de estar em trânsito ou por pensar em alugar ou comprar um imóvel mais adequado ao seu perfil depois, em caráter definitivo.”
"É fundamental realizar uma vistoria para relacionar todos os itens de mobiliário ou eletrodomésticos que o imóvel contém" - Reinado Branco |
Portanto, esse público se encaixa, no geral, entre aquelas pessoas que não têm intenção de efetuar despesas grandes com mobiliário e eletrodomésticos ou que têm mais urgência para mudar. “Alguns exemplos são executivos e altos funcionários de empresa ou estudantes, que não têm tempo disponível para procurar um imóvel adequado e mobiliá-lo.”
Recém-casados, separados e profissionais em início de carreira também estão na lista do público-alvo desse tipo de negócio, de acordo com o presidente da Primar Administradora de Bens, Antônio José da Silva. “Quem acabou de se casar e ainda não tem moradia fixa pode optar por um imóvel mobiliado para evitar o desgaste dos móveis novos nas mudanças, já que a moradia é temporária.”
No caso de quem se separou, Antônio sugere aproveitar um imóvel mobiliado para facilitar a saída de casa até que sua situação se estabilize. “Já os profissionais em início de carreira estão abertos a novas possibilidades, e para agilizar sua adaptação a uma nova cidade e facilitar a mudança, os imóveis mobiliados são uma boa opção”, analisa.
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De acordo com ele, atualmente, as pessoas se mudam com muito mais facilidade. “Devido às exigências profissionais, acadêmicas ou outros motivos pessoais, como a busca por tratamento de saúde nas capitais”, aponta. Isso contribui para a busca por imóveis mobiliados.
ECONOMIA Foi em busca de praticidade e agilidade para se instalar que a administradora Magali Aparecida Dias Medeiros se decidiu por um imóvel mobiliado para alugar. Como sua família mora em Betim, na Grande BH, e ela trabalha na capital, optou por morar em um apartamento no Barro Preto, Região Centro-Sul.
Economia de tempo na hora de se mudar e de dinheiro foram algumas das vantagens apontadas pela administradora com relação ao mobiliado. “Foi mais rápido me instalar no imóvel e prático na mudança, pois dispensou o transporte de mobílias ou a sua compra”, conta. Mas também há desvantagens. “Pouca flexibilidade quanto à adequação da mobília ao gosto e à necessidade pessoal e possíveis gastos extras com substituição de móvel danificado.”
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Vinícius Araújo diz que há estudos na engenharia e na economia que buscam valores precisos para mensurar o desgaste de móveis e imóveis |
ESCOLHA REQUER CUIDADOS
Antes de fechar o negócio, é preciso muito cuidado para evitar transtornos, tanto no caso do aluguel quanto no da compra. A primeira coisa a ser observada para prevenir problemas é se certificar de que quem está alugando é uma empresa ou profissional credenciado ao Creci, como ressalta o vice-presidente das administradoras de imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Reinaldo Branco.
O segundo passo é verificar todas as condições de contrato. “Além disso, é fundamental realizar uma vistoria para relacionar todos os itens de mobiliário ou eletrodomésticos que o imóvel contém. De preferência, devem ser tiradas fotos de todos os itens, o que serve como prova para evidenciar o estado de conservação”, indica Reinaldo.
Com tantos pontos a analisar, é natural que as dúvidas em relação aos imóveis mobiliados sejam muitas. Por isso, o presidente da Primar, Antônio Silva, recomenda cautela e que sejam levadas em consideração as necessidades do (s) morador (es). “Assim como os imóveis sem mobília, é preciso pesquisar bastante, conhecer várias opções e comparar os valores e os benefícios de cada proposta”, diz.
Ele recomenda, ainda, que no momento da vistoria móveis e todos os equipamentos sejam testados. “O estado de conservação de ambos deve ser avaliado e comparado com o preço que está sendo pedido. O proprietário deve disponibilizar uma relação de todos os objetos que estão sendo comercializados para que os interessados saibam tudo o que está incluso no negócio.”
Diretor da Notre Dame Negócios Imobiliários Rede Morar, Ricardo Mafra também ressalta a importância de os interessados verificarem se o acréscimo sobre o valor de mercado compensa o fato de o imóvel estar mobiliado. “Deve ser levado em consideração o gosto do cliente e o valor contratado entre as partes”, indica.
No caso da compra, o diretor-secretário do Creci-Minas, Vinícius Araújo, observa que é muito importante que o comprador leve em consideração o valor real dos móveis e analise bem a relação praticidade X custo/benefício. “Já que pode estar sendo atribuído a eles um valor muito alto. Muitas vezes, esses mesmos produtos novos podem ser obtidos por um preço mais baixo no mercado, se feita uma pesquisa mais apurada”, alerta.
Já no caso do aluguel, é importante que o locatário analise se o valor que está sendo pedido não está muito alto em relação ao preço de mercado do imóvel e os benefícios que os móveis vão trazer. “Muitas vezes, é possível negociar com o locador o valor do aluguel e a retirada de determinada mobília ou equipamento que esteja no imóvel, como também pode ser abatida
no valor do aluguel a reforma ou restauração de determinado móvel”, orienta Vinícius.
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Levados esses aspectos em consideração, Ricardo diz que a mobília deverá ser toda relacionada no laudo de vistoria, anexo ao contrato. “Devendo estar em bom estado de conservação no ato da devolução do imóvel, não sendo cobrado pelo proprietário o desgaste pelo uso normal dos móveis”, reitera.
FOTOS Para ter mais segurança, a empresária Mirian Dayrell recomenda que os ambientes sejam fotografados e filmados. “E que seja feito um descritivo também detalhado, para que não ocorra nenhum problema na hora da entrega”, pontua. O laudo de vistoria, com esses itens, assinado pelas partes, locador e locatário, é a garantia deles quanto à depreciação dos móveis.
Com a lista de todos os móveis em mãos, é hora de analisar o estado de conservação de cada peça para avaliar se o preço do imóvel está de acordo e se vale a pena concretizar o negócio. “É bom lembrar que está tudo embutido no valor. Por isso, normalmente, esse tipo de imóvel é mais caro do que os que não incluem a mobília”, afirma.
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FECHAMENTO DO CONTRATO
Com muitas variáveis a serem levadas em conta, fica a dúvida: como considerá-las no contrato, já que os móveis sofrem depreciação natural com o tempo, que pode ser mais rápida ou mais lenta, dependendo de sua qualidade? Vinícius Araújo diz que há estudos na engenharia e na economia que buscam valores precisos para mensurar o desgaste de móveis e imóveis. “No entanto, em ambos os casos não há um cálculo exato, apenas estimativas.”
Para ter uma noção do quanto representa a mobília no valor de negociação de um imóvel, estima-se que ela pode ser responsável por um acréscimo de 25% em relação aos que não são mobiliados. “O valor deve ser calculado com base em imóveis similares sem mobília e acrescido o valor dos móveis de acordo com o seu estado de conservação”, indica o diretor-secretário do Creci-Minas.
Já Reinaldo Branco diz que os valores podem ser ainda maiores. “Eles giram em torno de 30% a 40% sobre o preço de aluguel, mas pode variar de acordo com a demanda, projeto de decoração e qualidade da mobília”, explica o vice-presidente de administradoras de imóveis da CMI/Secovi.
Antônio Silva diz que, no caso do contrato de locação, o valor fixado de aluguel pode ser de um ano. Sendo assim, para renová-lo, o locador e o inquilino devem entrar em acordo novamente sobre o estado de conservação dos móveis. “Se a depreciação for apenas devida ao uso no cotidiano, isso deve ser levado em consideração e o inquilino pode pedir um desconto. Se houver mau uso dos móveis, então o proprietário tem o direito de pedir um ressarcimento pelo dano, assim como se o imóvel sofrer algum tipo de depredação.”
Para que isso seja assegurado, Antônio Silva sugere que se pode estabelecer em cláusula contratual algum abatimento no valor do aluguel. “Conforme a depreciação de uso comum ou uma multa se houver mau uso dos móveis ou a falta de algum objeto”, indica o presidente da Primar.
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FIQUE ATENTO:
Prós e contras dos mobiliados para locação:
Vantagens
» Agilidade para morar em um novo local, já que o inquilino precisa apenas trazer seus pertences pessoais.
» Facilidade para novas mudanças e menor custo, já que não será necessário transportar os móveis.
» Normalmente, esse tipo de imóvel tem localização privilegiada.
Desvantagens
» Não é possível trocar os móveis.
» Se houver algum dano, o proprietário terá de ser ressarcido.
» Pouca oferta.
» A mobília pode ser inadequada ao gosto ou estilo do inquilino.
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